Cientista-chefe da Nasa estima entre 20 e 30 anos será encontrada prova definitiva de vida extraterreste

A humanidade está à beira de descobrir vida alienígena, acreditam cientistas do alto escalão da  NASA, a agência espacial norte-americana.

“Eu acho que nós teremos fortes indícios de vida fora da Terra dentro de uma década, e eu acho que nós vamos ter uma prova definitiva no prazo de 20 a 30 anos”, disse a cientista-chefe da NASA, Ellen Stofan, no começo deste mês, durante um painel de discussão sobre os esforços da agência espacial na busca por mundos habitáveis e vida alienígena.

“Nós sabemos para onde olhar. Sabemos como olhar”, disse Stofan durante o evento, que foi transmitido ao vivo. “Na maioria dos casos, nós temos a tecnologia, e nós estamos no caminho para implementá-la. E assim, eu acho que estamos definitivamente na estrada”, completou.

As evidências encontradas até então dão suporte a este entusiasmo, pois acredita-se que há muita água no Sistema Solar. Estima-se que existam oceanos de água salgada sob as crostas geladas das luas de Júpiter, Europa e Ganymede, assim como na lua de Saturno, Enceladus. Oceanos também podem ter coberto boa parte de Marte em um passado longíquo. Além disso, o rover Curiosity, da NASA, descobriu moléculas orgânicas na superfície do planeta vermelho, contendo carbono e nitrogênio, ingredientes básicos e necessários para a vida como a conhecemos na Terra. Vale lembrar, no entanto, que água e molécas não significam vida.

O otimismo na busca da existência de vida fora da Terra, tem o suporte de vários projetos da NASA. Em 2020 deverá ser lançando o próximo robô que fará explorações em Marte e que poderá trazer amostras do planeta vermelho. Durante a década de 2030, a expectativa é enviar humanos a Marte. A lua Europa está nos planos de uma missão em 2022. Fora isso, dois novos telescópios devem entrar em fucionamento: o James Webb Space Telescope (JWST), em 2018, e o Wide-Field Infrared Survey Telescope, que poderá ficar pronto em meados de 2020.

Fonte: Live Science

Norte-americanos podem eleger presidente capaz de “revelar existência de extraterrestres”, diz jornalista

Há um pré-candidato à presidência dos EUA que desperta o entusiasmo da comunidade internacional de óvnis. E não é um candidato de um partido pequeno, sem chances reais de chegar à Casa Branca, mas uma das principais personalidades do Partido Democrata para as eleições de 2016. Trata-se de um candidato com um perfil favorável à abertura de documentos secretos sobre óvnis e, segundo o jornalista correspondente de Washington, Stephen Bassett, capaz de “revelar a existência de seres extraterrestres”.

Estamos falando de Hillary Clinton. E uma das razões para essa teoria é a presença do coordenador de campanha de Hillary, Jonh Podesta. Ele, que foi o chefe de governo de Bill Clinton, pediu transparência em relação às informações vinculadas aos fenômenos extraterrestres, tendo escrito, inclusive, o prólogo de um famoso livro de ufologia. Além disso, foram divulgadas imagens de uma reunião que Hillary teve com Laurance Rockefeller, que, nos anos 90, também advogou pela abertura dos arquivos e financiou pesquisas sobre abduções extraterrestres. Nas fotos, é possível vê-lo com um livro na mão chamado “Are We Alone? Philosophical Implications of the Discovery of Extraterrestrial Life” (na tradução, “Nós Estamos Sozinhos? Consequências Filosóficas da Descoberta de Vida Extraterrestre”), do cosmólogo Paul Davies. Os ufólogos já definiram seu voto – será Hillary a presidente responsável por dar a notícia mais importante da história?

Fonte: Pijama Surf

New Horizons registra primeira foto colorida de Plutão

A nave interplanetária New Horizons registrou a primeira imagem colorida do planeta anão Plutão e de sua maior lua, Caronte. A sonda se aproxima cada vez mais do planeta e a cada dia revela um pouco mais desse misterioso mundo gelado.

Primeira foto colorida de Plutao

A nova foto, feita no dia 9 de abril, foi obtida quando a nave estava a 115 milhões de km de Plutão e embora tenha baixa resolução, permitiu aos especialistas observar diversas diferenças interessantes entre o planeta anão e sua grande lua.

Para Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA, a cena é tentadora e permite especular sobre a possível diferença de composição entre os dois objetos, uma vez que os albedos (reflexão da luz solar) medidos apresentam diferença significativa.

“Essa diferença de contraste pode ser devido à diferentes composições químicas da superfície ou então ser causada por uma possível atmosfera ainda desconhecia ao redor de Caronte”, disse Green. Para ele, essa incerteza deverá diminuir no dia 14 de julho, quando diversas análises serão feitas durante o momento da maior aproximação da nave.

Esta é a primeira vez que uma imagem colorida de Plutão é feita tão de perto e embora as cenas não sejam deslumbrantes do ponto de vista fotográfico, estão sendo usadas com sucesso para a calibragem dos sensores. Assim, a cada dia as imagens divulgadas serão melhores e mais detalhadas.

Como prova da melhoria, a cena já não apresenta a conhecida “pixelização” de plutão, como vista nas imagens do telescópio Hubble, por exemplo. Nas novas imagens, o disco de Plutão já é perfeitamente distinguido, assim como as cores que já são detectadas pela câmera.

Plutão: Um mundo desconhecido
Devido à sua pequena dimensão e grande distância da Terra, Plutão representa um grande desafio, tanto para observações feitas em solo como para os telescópios espaciais. Da Terra, o planeta anão só pode ser visto através de telescópios maiores e mesmo assim, não passa de um diminuto ponto de luz.

Plutão tem cinco luas e a maior delas, Caronte, só foi vista da Terra pela primeira vez em 1978 após diversas análises em fotografias feitas em condições atmosféricas excepcionais e que revelaram uma minúscula deformação no shape de plutão. Mais tarde se entendeu que essa protuberância era na realidade um corpo que orbitava o planeta.

As outras quatro luas, muito menores, só foram descobertas anos mais tarde. Nyx e Hidra em 2005, Cérbero em 2011 e Estige (styx) em 2012, todas detectadas através de imagens de alta resolução feitas pelo telescópio espacial Hubble.

Até agora, todo nosso conhecimento sobre Plutão está baseado em teorias, apoiadas no entendimento que temos sobre o espaço e os corpos celestes, mas as revelações verdadeiras sobre esse novo mundo estão apenas começando. É só aguardar!

New Horizons
Lançada em 19 de janeiro de 2006, a sonda New Horizons está prestes a fazer história e no próximo dia 14 de julho deverá atingir a menor distância de observação desde que o planeta anão foi descoberto por Clyde Tombaugh, em 1930.

Instrumentos

Para ganhar velocidade e chegar mais rápido ao seu destino, em 2007 a nave passou nas imediações de Júpiter e aproveitou um pouco de sua energia orbital para ser arremessada com mais velocidade, uma operação conhecida como gravidade assistida, que faz uso de uma lei da física conhecida como conservação de energia.

A New Horizons carrega sete instrumentos diferentes para estudar a geologia e topografia de plutão e de sua maior lua Caronte. Entre os instrumentos usados no estudo estão dois espectrômetros em ultravioleta e infravermelho, uma câmera compacta multibanda, um telescópio imageador de alta resolução, dois poderosos espectrômetros de partículas e um detector de poeira espacial.

O objetivo será mapear a composição das superfícies e atmosferas e também tentar localizar novas luas ou anéis ao redor do sistema plutoniano.

Artes: No topo, primeira imagem colorida de Plutão, feita pela sonda estadunidense New Horizons, em 9 de abril de 2015. Acima, instrumentos a bordo da sonda que serão usados no estudo do planeta anão. Créditos: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory, NASA/JPL, Apolo11.com.

Nasa prevê descoberta de vida alienígena até 2025

Cientistas acreditam que luas de Júpiter e de Saturno podem ter ambientes propícios para a formação de vida; ilustração mostra quatro maiores luas de Júpiter (Foto: Nasa/Divulgação)Cientistas acreditam que luas de Júpiter e de Saturno podem ter ambientes propícios para a formação de vida; ilustração mostra quatro maiores luas de Júpiter (Foto: Nasa/Divulgação)

Existe vida fora da Terra? Aparentemente sim, e poderíamos descobrir sua existência na próxima década. Segundo a cientista-chefe da Nasa, Ellen Stofan, teremos registros de alienígenas que vivem em outros planetas até 2025.

Stofan acredita que serão encontrados sinais de vida fora da Terra em até 10 anos, e provas definitivas disso em até 20 anos. “Nós sabemos onde procurar. Então sabemos como procurar”, disse, em um debate transmitido na Nasa TV sobre a possibilidade de encontrar outros “mundos habitáveis”.

“Na maiorida dos casos, nós temos a tecnologia e estamos no processo de implementá-la. Então acreditamos que estamos definitivamente no caminho certo para isso.”

O que e onde?
As primeiras descobertas de vida fora da Terra provavelmente estão mais perto do que imaginamos, mas não serão homenzinhos verdes em naves espaciais e, sim, alguma espécie de plâncton ou de alga.

Existe muita água no Sistema Solar. É quase certo que existam oceanos de água salgada sob as conchas geladas das luas de Júpiter, Europa e Ganymede, assim como na lua de Saturno, Enceladus.

A água é mantida líquida pela gravidade intensa dos planetas gigantes onde as luas orbitam, que os deforma e contribui para o aquecimento de seus núcleos.

Acredita-se que Enceladus tenha atividade vulcânica nas profundezas de seu oceano, o que manteria a água aquecida a uma temperatura de 93º.

Acredita-se que todas as três luas têm mais água em seus oceanos do que todos os oceanos da Terra juntos. Ainda não é possível saber se há vida lá, mas são ótimos lugares para começar a procurar.

E também há Marte, é claro. É quase certo que o planeta vermelho teve oceanos algum dia, e há evidências fotográficas sugerindo que ainda existe muita água escondida sob a superfície. Às vezes ela borbulha e forma rios temporários.

O rover Curiosity da Nasa – veículo destinado a explorar a superfície de Marte – recentemente descobriu “moléculas orgânicas que contêm carbono”. Isso significaria “blocos de vida em construção”. É deles que nós somos feitos.

No entanto, água e moléculas não significam vida.

Foto divulgada pela NASA em 23 de junho mostra autorretrato do robô Curiosity em Marte (Foto: AP Photo/NASA, JPL-Caltech, MSSS, File)

Missões a Marte pretendem explorar melhor a superfície do planeta em busca da resposta sobre a possibilidade de vida no planeta; foto divulgada pela NASA em 23 de junho mostra autorretrato do robô Curiosity em Marte (Foto: AP Photo/NASA, JPL-Caltech, MSSS, File)

Confiança na descoberta
O próximo rover que será lançado com direção à Marte em 2020 irá buscar sinais de que pode ter existido vida no planeta.

A Nasa também tem como objetivo enviar astronautas para Marte em 2030, um passo que cientistas como Ellen Stofan acreditam que será “chave” para procurar sinais de vida, porque mesmo com câmeras ultratecnológicas, encontrar fósseis usando o veículo é muito difícil – às vezes é preciso procurar embaixo da pedra, não nela em si.

“Sou uma geóloga. Eu saio a campo e abro rochas para procurar por fósseis”, disse Stofan no painel.

“Isso é difícil de encontrar. Então eu acredito fortemente que será necessário, em algum momento, colocar humanos na superfície de Marte – geólogos, astrobiólogos, químicos – para buscar provas da existência de vida que eles possam trazer de volta para a Terra para cientistas analisarem.”

A Nasa também está planejando uma missão para a Europa, uma das luas de Júpiter, que deverá ser lançada em 2022.

O principal objetivo dessas missões,que custarão cerca de US$ 2,1 bilhões (R$ 6,4 bilhões), é estudar se a lua congelada tem potencial habitável e, ao fazer isso, procurar também sinais de vida nas nuvens de vapor de água que aparentemente irrompem do polo sul da Europa.

E a vida em torno de outras estrelas? O telescópio espacial James Webb, que será lançado em 2018 e custará US$ 8,8 bilhões (R$ 26,8 bilhões), é tão poderoso que pode analisar gases na atmosfera de planetas em volta de outras estrelas, buscando sinais de vida.

Missões a Marte pretendem explorar melhor a superfície do planeta em busca de resposta sobre a possibilidade de vida no planeta

NASA encontra enorme potencial de vida em Marte

Novos achados da sonda Curiosity indicam que Marte pode ter oferecido condições para suportar a vida muito antes do que se imaginava. Até pouco tempo, sempre se cogitou que este período considerado habitável do planeta tivesse ocorrido há centenas de milhares de anos, uma “janela” considerada muito pequena para os padrões da origem da vida. Diante das novas descobertas reveladas pela sonda da Nasa, essa contagem mudou drasticamente.

Segundo afirmou na última semana John P. Grotzinger, cientista da Divisão de Ciências Geológicas e Planetárias de Caltech, da Nasa, a caminhada do Curiosity ao longo de um ano até o Monte Sharp indicou uma forte e nova evidência de que a Cratera Gale já possuiu grandes lagos, rios e deltas, dentro e fora, há milhões ou dezenas de milhões de anos. A geologia mostra que, mesmo quando a água dessa superfície secou, muita água ainda teria permanecido no subsolo.

Contudo, nada disso prova que tenha existido vida no planeta, mas no caso dos primórdios de Marte, isso indica que o planeta estaria “maduro” e pronto para oferecer condições ao desenvolvimento de vida. Ainda não se pode ir mais longe nas afimações porque existe uma lacuna científica na análise e identificação de compostos orgânicos – os blocos de construção da vida à base de carbono. Em dezembro, a Nasa agendou uma coletiva de imprensa em que serão anunciadas novas informações sobre a busca da vida em Marte.

O fato é que o Curiosity não carrega instrumentos de detecção de vida, pois não há consenso sobre como este equipamento deveria ser. Sabe-se que a busca por uma possível vida marciana envolveria a escavaçao profunda da superfície do planeta. Por essa razão, os cientistas há muito tentam lançar uma missão para trazer amostras de rochas e solo marciano de volta à Terra para análise sofisticada. A missão à Marte programada para 2020 seria o início de um esforço para experimentação de métodos para selecionar e armazenar amostras promissoras.

Cientistas não confirmam planeta rochoso em Alpha Centauro

Em 2012, uma equipe de astrônomos europeus anunciou a existência de um novo planeta a apenas 4.3 anos-luz da Terra, mas até agora não foram encontradas evidências concretas da sua existência. Afinal, o que está acontecendo em Alpha Centauro?

Alpha Centauro BB

Vista a olho nu, a estrela Alpha da constelação do Centauro é apenas um ponto brilhante no céu, mas observada através de telescópio, mesmo de pequeno porte, é possível observar mais uma estrela próxima. Juntas, formam um sistema estelar binário onde Alpha Centauro A e Alpha Centauro B orbitam uma ao redor da outra a cada 80 anos.

No entanto, se observarmos através de telescópios poderosos veremos que esse sistema possui ainda mais uma estrela – Alpha Centauro C – que leva cerca de 1 milhão de anos para orbitar as outras duas.

Em 2012, após cinco anos de pesquisa, uma equipe de cientistas ligados a diversas instituições europeias, em especial ao Observatório de Genebra, anunciou a possibilidade de que um planeta poderia estar orbitando a estrela Alpha Centauro B.

A afirmação estava baseada nas medições de velocidade radial da estrela, uma técnica usada pelos astrofísicos que analisa a forma como a força gravitacional de um planeta faz oscilar a estrela a ele qual orbita. Em outras palavras, estudando o “puxão” que o planeta dá em sua estrela.

Naquela ocasião, os astrônomos fizeram 495 observações e concluíram que as oscilações observadas em Alpha Centauro B estavam sendo provocadas por um planeta rochoso, batizado de Alpha Centauro Bb.

O problema é que as medições feitas na ocasião não eram conclusivas e diversos institutos passaram a observar a luz emitida por Alpha Centauro B, na esperança de que a passagem do suposto planeta na frente do disco estelar fizesse diminuir a quantidade de fótons captados pelos instrumentos, o que confirmaria a presença de um objeto em sua orbita.

Durante 2013 e 2014, a equipe do cientista Brice-Oliver Demory, da Universidade de Cambridge, observou sistematicamente a estrela Alpha Centauro B e o resultado não foi nada animador.

Segundo Demory, os dados coletados em 2013 mostraram possíveis sinais de um trânsito planetário, mas pareceu durar mais tempo do que o esperado. Além disso, a validade estatística do sinal desapareceu quando combinado com os dados de 2014. Para Demory, isso não significa que Bb não esteja lá, mas que possa ser impossível de vê-lo da Terra.

“Isso nos deixa com um quebra-cabeça a ser resolvido, pois não temos certeza sobre o que causou o possível trânsito registrado em 2013”, explicou Demory, que também descartou a hipótese de interferência óptica provocada por Alpha Centauro A.

No entender dos pesquisadores, a única explicação que resta é que há de fato um planeta no sistema, provavelmente similar à Terra e com um ano não superior a 20,4 dias, mas que ainda não foi possível de ser observado ou detectado de forma inequívoca, uma espécie de planeta-x, mas de outro Sistema Solar.

Titã, a lua de Saturno, pode abrigar um tipo diferente de vida

Quando pensamos na possibilidade de vida fora da Terra, frequentemente nos atemos à ideia de uma vida idêntica à de nosso planeta, baseada na existência de água… No entanto, pode haver outro tipo de vida, com outros fundamentos químicos.

Um grupo de cientistas da Universidade de Cornell, em Ithaca, nos EUA, teve como estímulo e inspiração um texto escrito por Isaac Asimov em 1962, “Not as We Know It” (Não é Como Imaginamos), para pensar uma vida diferente da que conhecemos, em um lugar distante. Em Titã, a lua de Saturno, é possível a existência, de acordo com eles, de células baseadas em metano, que não necessitam de oxigênio, mas que metabolizam e se reproduzem; ou seja, vivem à sua maneira. Essa membrana celular poderia conter pequenas composições de azoto e seriam capazes de sobreviver a temperaturas de metano líquido de 292ºC abaixo de zero.

Dessa forma, enquanto os astrônomos procuram vida extraterrestre na zona habitável das estrelas (onde pode existir água líquida), essa nova e surpreendente teoria propõe encontrá-la de outra forma, com a presença de células baseadas não em água, mas no metano. Depois de descobrir o composto mais perfeito dos existentes na atmosfera de Titã (o azotosome acrilonitrilo), os especialistas têm, agora, que demonstrar como essas células se comportariam no ambiente do metano – talvez de forma análoga à reprodução e ao metabolismo.

Fonte: Tendencias 21

Imagem: Catmando – Shutterstock.com

Bilhões de planetas na zona habitável

POR SALVADOR NOGUEIRA

Para cada estrela no Universo, deve haver entre um e três planetas em sua zona habitável — a região nem muito quente, nem muito fria, que permite a presença de água em estado líquido na superfície. É basicamente a condição essencial para a existência de vida. Apenas na Via Láctea, a nossa galáxia, são cerca de 200 bilhões de estrelas. Faça as contas e pare para pensar no que isso significa, só por um instante.

O sistema Kepler-62 é um dos casos conhecidos em que dois planetas ocupam a zona habitável. Combinação deve ser comum no Universo. (Crédito: Nasa)

Pensou? Agora vamos em frente. A estimativa extraordinária acaba de ser apresentada por um trio de astrônomos na Austrália e na Dinamarca, aliando alta tecnologia do século 21 — dados do satélite Kepler — a ciência do século 18.

É isso mesmo que você leu. Ciência do século 18. Faz algum tempo que os astrônomos Charley Lineweaver e Timothy Bovaird, da Universidade Nacional Australiana, andam brincando com um conceito conhecido como a relação de Titius-Bode. Ela foi descoberta em 1766 por Johann Titius e popularizada por Johann Bode em 1772, numa época em que apenas um sistema planetário era conhecido: o nosso. A dupla notou que as órbitas dos planetas pareciam obedecer a uma regra matemática simples.

(Você se interessa pelo tema busca por vida extraterrestre e deseja se aprofundar no assunto? Dê uma olhadinha nisto aqui!)

Olhe para esta sequência de números:

0, 3, 6, 12, 24, 48, 96, 192, 384…

À exceção dos dois primeiros, todos os outros são o dobro do anterior. Baba. Agora, mais uma operação matemática simples. Some 4 a todos eles. Terminamos com:

4, 7, 10, 16, 28, 52, 100, 196, 388…

Agora divida tudo por dez. E eu juro que esta é a última conta que você vai precisar fazer aqui hoje. Pois agora, como num truque de mágica, você pode usar esta sequência para prever as distâncias médias que cada um dos planetas do nosso Sistema Solar guarda do Sol, em unidades astronômicas (UA). Uma unidade astronômica é, por definição, a distância média da Terra ao Sol, cerca de 150 milhões de km. Mas veja como (quase) tudo se encaixa.

Planeta Distância T-B (UA) Distância real (UA)
Mercúrio 0,4 0,39
Vênus 0,7 0,72
Terra 1,0 1,00
Marte 1,6 1,52
Ceres (cinturão de asteroides) 2,8 2,77
Júpiter 5,2 5,20
Saturno 10,0 9,54
Urano 19,6 19,20
Netuno 38,8 30,06

Note que, quando Titius e Bode primeiro revelaram essa estranha coincidência, a posição entre Marte e Júpiter estava vazia, e o último planeta conhecido era Saturno. Não só Urano, descoberto em 1781, seguia bem de perto a tal regra, como o astrônomo Giuseppe Piazzi encontraria, em 1801, o planeta anão Ceres (feito famoso recentemente pela espaçonave Dawn) bem onde a singela relação matemática sugeriria a possível presença de alguma coisa.

Acabou que eram algumas coisas — havia um cinturão de asteroides inteiro naquele espaço, o que roubou parte da magia da previsão. E Netuno, o oitavo planeta, descoberto em 1846, também não seguia de perto a regra, o que acabou levando os astrônomos a tratá-la como nada mais que uma grande, enorme, imensa coincidência.

SÓ QUE NÃO
Lineweaver e Bovaird parecem determinados a reabilitar a velha relação, usando para isso os planetas fora do Sistema Solar. Em 2013, o Mensageiro Sideral descreveu um trabalho da dupla que demonstrava que uma versão genérica da regra de Titius-Bode (em que os parâmetros iniciais e de multiplicação variam) parecia se encaixar incrivelmente às arquiteturas dos sistemas multiplanetários descobertos até então.

À moda dos astrônomos do século 18, os australianos então usaram os espaços “vazios” indicados pela regrinha para “prever” a existência de 141 exoplanetas ainda não descobertos em sistemas previamente estudados.

Em seguida, outros astrônomos foram procurá-los, fuçando nos dados públicos do satélite Kepler, o caçador de planetas da Nasa. De 97 planetas previstos pela dupla da Austrália, Chelsea Huang e Gáspár Bakos, da Universidade de Princeton, puderam encontrar apenas cinco. E um sexto que parecia estar ligeiramente no lugar errado, a julgar pela previsão. Na opinião deles, uma confirmação de só cinco planetas, em meio a 97, é muito pouco para redimir a relação de Titius-Bode. “A taxa de detecção está aquém do limite inferior do número esperado, o que indica que o poder de previsão da relação de Titius-Bode é questionável”, escreveram.

Ainda assim, o fato de que cinco planetas candidatos foram descobertos desse modo e estavam todos onde a regrinha sugeria que deveriam estar ainda deixa uma ponta de dúvida (sobretudo porque o sexto, que não obedeceu à relação, se mostrou bem esquisito). Por isso, Lineweaver e Bovaird voltaram à carga, aliados a Steffen Jacobsen, da Universidade de Copenhague.

VIÉS DE SELEÇÃO
O novo estudo leva em conta uma amostra ainda maior de sistemas multiplanetários descobertos, mas que parecem “incompletos”, a julgar pela relação de Titius-Bode. E analisa os achados de Huang e Bakos sob a perspectiva de qual deveria ser a taxa de sucesso esperada, chegando à conclusão de que era mais ou menos isso mesmo: 5% das previsões. Afinal, há várias limitações de tamanho dos planetas e de alinhamento dos sistemas que impedem a detecção da maior parte dos planetas “perdidos”.

“Eu considero a detecção de 5% uma evidência de apoio interessante para nossas previsões, porque é isso mesmo que se deveria esperar”, disse Lineweaver ao Mensageiro Sideral. “Também é importante considerar o fato de que todos os outros pesquisadores que estão analisando os sistemas multiplanetários do Kepler sem usar nossas previsões só conseguiram achar dois novos exoplanetas, e esses dois também são consistentes com nossas previsões.”

Na nova lista, os astrônomos foram mais cautelosos, limitando-se a sistemas cuja inclinação favoreça mais a detecção dos planetas “previstos”. No total, eles apresentam 228 mundos “perdidos” em torno de 151 estrelas e fazem uma afirmação ousada, ao prever a taxa desses planetas que deve ser encontrada numa análise mais cuidadosa dos dados brutos do Kepler: 15%.

120 BILHÕES DE TERRAS?
O que nos leva de volta ao começo da história. Se Lineweaver e seus colegas estiverem certos, e a relação de Titius-Bode for mesmo uma boa pista de como se configuram as arquiteturas dos sistemas planetários, juntando as descobertas já confirmadas do Kepler às previsões, cada estrela deve ter em média entre um e três planetas na zona habitável de sua estrela. E logo saberemos se isso está mesmo certo, porque os astrônomos australianos já estão mais uma vez fuçando os dados do satélite em busca das confirmações — e elas devem ser representativas do estado geral dos planetas em toda parte.

“Nosso resultado de um a três planetas é baseado somente nos sistemas descobertos pelo Kepler. Contudo, baseando-nos nas formas mais plausíveis de corrigir os efeitos de seleção do satélite, a evidência favorece fortemente a ideia de que todas as estrelas têm sistemas planetários e que esses sistemas são provavelmente quase todos multiplanetários. Fingir que tudo que o Kepler é capaz de ver é tudo que existe é irrealista.”

O argumento de Lineweaver faz todo sentido. Para detectar planetas, o sistema precisa estar de tal modo alinhado que esses mundos passem periodicamente à frente de suas estrelas com relação ao satélite. Como esses alinhamentos se distribuem aleatoriamente, sabemos que o Kepler só é capaz de, na melhor das hipóteses, detectar 5% dos sistemas existentes numa dada região do céu, e mesmo assim só a poucos milhares de anos-luz de distância. Ou seja, tudo de fascinante que foi descoberto pelo satélite até agora representa 5% do que existe naquela pequena região do céu, e só nas vizinhanças mais próximas do Sistema Solar.

Importante ressaltar que a relação de Titius-Bode não diz nada sobre o tamanho dos objetos que ocupam as faixas indicadas. O que significa dizer que nem todos os planetas presentes na zona habitável de suas estrelas serão rochosos, como a Terra. Em seu novo artigo, publicado no periódico “Monthly Notices of the Royal Astronomical Society”, Lineweaver e seus colegas estimam que um terço desses mundos sejam de fato rochosos (com no máximo 1,5 diâmetro terrestre). Ainda assim, quando você multiplica 2 (média de planetas por sistema) por 0,3 (percentual de planetas rochosos) por 200 bilhões (estimativa do número de estrelas na Via Láctea), terminamos com nada menos que 120 bilhões de mundos similares em composição à Terra e posicionados numa região do sistema planetário compatível com a presença de água líquido — requisito essencial para a vida.

É um pensamento tão assustador quanto encantador. Como não perder algum tempo refletindo sobre esses números e imaginando a incrível variedade de sistemas existentes lá fora? A cada momento descobrimos algo incrível sobre os diversos mundos que orbitam o nosso Sol, aqui no quintal de casa. Imagine isso multiplicado por centenas de bilhões, só para a nossa Via Láctea. E então imagine centenas de bilhões de galáxias como a nossa. Este é o Universo em que vivemos. Não dá para não se apaixonar. E tenho certeza de que Titius e Bode teriam ficado encantados com tudo isso, estivessem aqui conosco.

Erro de tradução teria levado a equívoco sobre virgindade de Maria

Umas das verdades mais incontestáveis entre os cristãos, a concepção de Jesus a partir de uma virgem, gera fortes discussões entre os estudiosos da Bíblia. Segundo a professora de religiões antigas da Universidade de Exeter, a PhD Francesca Stavrakopoulou, um erro de tradução teria levado a um equívoco de interpretação a respeito deste dado chave sobre o nascimento de Jesus.

No texto original em hebraico (Isaías, capítulo 7:14), a palavra usada para se referir à Maria é “Almah”, que ao pé da letra significa uma jovem que chegou à idade de se casar. Mas a tradução para o grego alterou o sentido para “virgem”. “Os cristãos dizem que Jesus nasceu de uma virgem, mas a palavra usada no texto em hebraico para se referir a essa jovem é “Almah”, que, basicamente, significa uma jovem que chegou à idade de se casar”, interpretou Stavrakopoulou.

O novo significado foi propagado nos evangelhos de Mateus e Lucas e a ideia de que Jesus teria nascido de uma virgem ganhou o mundo em uma cultura religiosa misógina. “Foi uma espécie de lampejo e disseram que foi um milagre. A mãe era virgem, aí nasceu uma tradução diferente”, atestou a professora de religião da Universidade de Princeton, a Phd Elaine Pangels.

[VEJA TAMBÉM: Mito de Jesus: conheça outros deuses que têm uma história parecida com a de Cristo]

O que aconteceria se fosse realmente encontrada vida extraterrestre?

Cientistas do mundo todo se dedicam, há anos, à resolução de um dos enigmas mais profundos e apaixonantes para a humanidade: afinal, existe vida extraterrestre? E no caso da resposta ser afirmativa, como encontrá-la? Claro que, imersos nessa busca e no debate paralelo sobre a existência ou não de vida tal como a conhecemos fora de nosso planeta, poucos se propuseram a pensar mais além: o que aconteceria se, finalmente, a encontrássemos? Como o mundo seria afetado com essa descoberta? Essas são as perguntas levantadas pelo estudo do exobiólogo Steven Dick.

Para ele, a possibilidade de encontrar vida microbiótica significaria uma grande mudança para a ciência, especialmente, a biologia, que deveria ser universalizada. “Temos apenas uma biologia na Terra. Tudo está relacionado. Tudo está baseado no DNA. Se encontrarmos um exemplo isolado em Marte ou no satélite Europa, teremos a oportunidade de criar uma biologia universal”.

Dick buscou exemplos históricos de como a humanidade reagiu à chegada de uma raça estranha, usando como analogia o modo com que se comportaram civilizações distintas ao se encontrarem, desde os espanhóis e os aborígenes americanos até a chegada do pensamento grego ao mundo árabe. Ele também convidou outros acadêmicos a apresentar suas teorias em um simpósio de exobiologia, chamado “Preparação para a Descoberta”. Lá, foi discutido como transcender os pontos de vistas humanos sobre a vida e a necessidade de abordar os problemas filosóficos e teológicos que essa descoberta traria. Isso leva ao que Dick chama de “Astroética”, que implica, por exemplo, pensar a condição moral dos organismos não humanos de maneira análoga ao modo que pensamos nossa relação com os animais da Terra.

Fonte: EuropaPress

Imagem: Marc Ward – Shutterstock